quarta-feira, 14 de abril de 2010

Infra-estrutura Turística da Cidade de Maputo

Praça dos Heróis

1. Infra-estrutura Básica

De Rose (2002:49), Cunha (2003:178) e Goeldner et al (2002:248) defendem que, a infra-estrutura básica de um destino turístico também é elemento indispensável para a viabilização da actividade turística. A CM dispõe de várias infra-estruturas básicas, criadas com o intuito de beneficiarem as comunidades na melhoria da sua qualidade de vida, porém asseguram o desenvolvimento da actividade turística, contribuindo para a instalação de empreendimentos turístico.
Beni (2002:128) e Ignarra (2003:22) apresentam alguns elementos que compreendem o conjunto da infra-estrutura básica, designando-os de Serviços Urbanos. Os autores consideram, serviços urbanos, todos os serviços que competem as actividades do sector público, ou seja, de competência da administração municipal, indispensáveis igualmente à qualidade de vida.
A CM possui vários serviços urbanos que são da competência da administração municipal e do governo central, designadamente: serviços de abastecimento de água, que são assegurados pelo FIPAG, para além de existirem operadores privados que prestam o mesmo serviço; serviços de energia eléctrica e iluminação pública, assegurados pela empresa estatal EDM, embora haja restrições no seu fornecimento devido a sabotagens praticadas por desconhecidos; serviços de limpeza e recolha de resíduos sólidos, efectuados através da vereação de saúde, salubridade e cemitérios do CMM, que até ao momento 75% da cidade é que abrangida pela recolha devido a insuficiências de ordem financeira, material e humana; serviços de comunicação assegurados pelas empresas TDM, MCEL, Vodacom, Correios de Moçambique, emissoras de televisão estatal e privadas, emissoras de rádio, jornais e revistas. Os turistas domésticos na sua avaliação consideram boa a infra-estrutura básica da CM.

2. Infra-estrutura de Acesso

Ao abordar-se a questão da infra-estrutura de acesso no turismo, automaticamente está-se a falar dos transportes no turismo, de como o turista irá chegar ao seu destino turístico saindo do seu local de residência. De Rose (2002:50) defende que a infra-estrutura de Acesso compreende a todas formas de acesso aos locais turísticos seja por via aérea, marítima, terrestres ou subterrânea. Os turistas domésticos podem chegar a CM, por via terrestre, aérea e marítima, pois a cidade possui infra-estruturas para o efeito.
Na óptica de Beni (2002:133) para o desenvolvimento socioeconómico de uma região, a infra-estrutura de acesso é de vital importância, sobretudo quando visam promover a expansão e o desenvolvimento do turismo. As estradas, portos, aeroportos, linhas férreas, pistas de aterragem, trilhas, terminais de passageiros, canais marítimos, constituem as principais infra-estruturas de acesso aos destinos turísticos. Por via terrestre os turistas domésticos podem a cessar a CM por via da estrada nacional nº1 pavimentada, que une Maputo a todas províncias, através de várias estradas não pavimentadas que ligam a cidade com vários distritos da província de Maputo, da linha férrea que estabelece a ligação da CM com a província de Gaza e alguns distritos da província de Maputo. Por via aérea, existe o aeroporto internacional de Maputo que recebe turistas domésticos provenientes de vários pontos do país. E por via marítima existe o porto de Maputo que recebe turistas domésticos provenientes de vários distritos da província de Maputo.
Goelnder et al (2002:253) e Andrade (2004:110) sustentam que todos factores relacionados com o transporte devem ser considerados no desenvolvimento do turismo, sendo que, deve haver no destino um conjunto de infra-estruturas de acesso incluindo os próprios meios de transportes organizados e integrados com vista a flexibilizar a partida e a chegada do turista ao seu destino. Entretanto, o sistema de transporte da CM não é integrado, o que torna, o mesmo inflexível criando vários transtornos aos turistas, tanto que os turistas mostraram-se insatisfeitos com o sistema de transporte da cidade. A integração intermodal dos transportes na CM é um projecto prioritário do governo central de Moçambique. Em relação a infra-estrutura de acesso de uma forma geral na sua avaliação os turistas domésticos, consideram razoável.

3. Infra-estrutura Específica

Considera-se infra-estrutura específica, a todos elementos que constituem equipamentos e serviços que são desenvolvidos com o intuito de servir directamente as necessidades e desejos dos turistas. Cunha (2003:179) considerando os componentes da oferta turística, designa a infra-estrutura específica, de superstrutura, afirmando que são todos equipamentos que satisfazem directamente as necessidades da procura turística. A CM, conta com vários serviços ou equipamentos que satisfazem directamente ao turista.
Contudo em alguns momentos confunde-se equipamentos turísticos com equipamentos de apoio, por isso, Barreto (2003:40) enfatiza que, para definir se um determinado equipamento é turístico ou não, o critério deve ser o da utilização, isto é, por exemplo a rede gastronómica de um destino pode ser equipamento turístico ou equipamento de apoio, se atende turistas esporadicamente será um equipamento de apoio e se atende frequentemente turistas será um equipamento turístico. No entanto, os equipamentos e serviços turísticos na CM são todos aqueles que servem frequentemente o turista, designadamente: 93 estabelecimentos de alojamento, 94 estabelecimentos de alimentação e bebidas, 27 agências de viagens, 5 salas de cinema, 7 salas de teatro, 4 jardins 10, discotecas e 5 praias. Os turistas domésticos que visitam a CM estão relativamente satisfeitos com estes serviços.

4. Infra-estrutura de Apoio ao Turismo

Na óptica de Lage e Milone (2000:29) a infra-estrutura de apoio é constituída pelo conjunto de obras e instalações de estrutura física de base, desenvolvido para responder aos serviços básicos da comunidade, mas acabam beneficiando indirectamente a actividade turística. Constatou-se que a CM possui diversas infra-estruturas que servem indirectamente aos turistas domésticos, que frequentam a cidade.
De Rose (2002:51) e Ignarra (2003:68) partilham da mesma abordagem, porém, usam uma outra terminologia, considerando equipamentos de apoio de “serviços públicos”, que são todos os serviços colocados a disposição das comunidades para suprirem as suas necessidades básicas e que respondem esporadicamente as necessidades e desejos do turista. A CM possui os seguintes serviços públicos que respondem esporadicamente ao turista: 58 unidades hospitalares, serviços de segurança da polícia da república de Moçambique e polícia municipal, incluindo 14 empresas de segurança privada e 13 bancos comerciais. Para o apoio ao autonomista existem 15 bombas de abastecimento de combustível, 24 oficinas, 10 lojas para a comercialização de acessórios de viaturas e 9 rent-a-car para o aluguer de viaturas. A infra-estrutura de apoio ao turismo da CM, de uma forma geral na sua avaliação os turistas domésticos, consideram boa.