segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Face à incerteza da conjuntura internacional: BM promete melhor política monetária

Este desafio foi assumido ontem, no Maputo, pelo Governador do Banco Central, Ernesto Gove, numa cerimónia alusiva ao balanço preliminar do exercício económico e financeiro do ano que está prestes a findar.Ernesto Gove, que falava sobre os desafios para o ano, afirmou que em parceria com as instituições de crédito, o Banco Central continuará a prosseguir o esforço da bancarização da economia nacional, modernizar o sistema nacional de pagamentos e buscar preços dos serviços financeiros mais competitivos.
“Perante o cenário de volatilidade a que se assiste no mercado internacional, o Banco de Moçambique vai adoptar uma postura de maior prudência na aplicação das nossas reservas internacionais, tendo em vista a redução do risco”, disse.


O ano de 2011, segundo o governador, começou com as maiores cautelas, em face dos sinais preocupantes que a conjuntura internacional apresentava, marcados pela ressaca da perturbação patente em alguns indicadores macroeconómicos de 2010, nomeadamente a inflação doméstica e a taxa de câmbio.
Apesar do cenário difícil, Gove, que falava na presença de representantes de instituições financeiras e quadros séniores do BM, garantiu que os principais indicadores económicos do país tiveram um desempenho satisfatório.
“A informação do Instituto Nacional de Estatística aponta para um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em torno dos 7,4 porcento nos primeiros seis meses do ano, o que está em linha com o crescimento anual projectado”, disse.


Relativamente a 2012, o governador afirmou que a política monetária continuará a respeitar os objectivos finais de política económica do Governo, que prevê uma inflação média anual de 7,2 por cento, um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 7,5 por cento e 4,6 meses de cobertura de importações de bens e serviços não factoriais por reservas internacionais brutas.
O objectivo intermédio da política monetária vai permitir uma expansão anual dos meios totais de pagamento em torno dos 18,9 porcento e a possibilidade de aumento da expansão do crédito à economia até 22,2 porcento. A base monetária deverá ter um crescimento não superior a 17,5 porcento, enquanto o saldo das reservas internacionais líquidas poderá situar-se em torno dos 2279 milhões de dólares.
“Para a consecução destes objectivo, o BM privilegiará o uso de instrumentos disponíveis nos mercados monetário e cambial, complementados com acções de persuasão moral e supervisão bancária às instituições de crédito”, afirmou Ernesto Gove.


Maputo, Terça-Feira, 20 de Dezembro de 2011: Notícias

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Moçambique deverá ser a quarta economia mundial mais dinâmica entre 2011 e 2015 - FMI

Moçambique deverá ser a quarta economia mundial mais dinâmica entre 2011 e 2015, depois de ter sido a sétima no período compreendido entre 2001 e 2010, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).A ter fé da mesma projecção, o crescimento económico de Moçambique rondará a casa dos 7,7%, entre 2011-2015, contra 7,9% de 2001-2010.Esta instituição financeira mundial destaca ainda que nos próximos cinco anos Moçambique estará acima da Tanzânia, cuja dinâmica de crescimento será de 7,2%, Vietname (7,2%), Gana e Congo (7%), Zâmbia e Nigéria com níveis de crescimento a rondarem os 6,9% e 6,8%, respectivamente.No mesmo período, o crescimento da economia da China estará na banda de 9,5%, contra 8,2% da Índia e 8,1% do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da Etiópia, enquanto na década de 2001-2010 Angola registou a primeira posição com o PIB de 11,1%, contra 10,5% da China e 8,2% de Casaquistão.Abaixo de Moçambique estiveram as economias do Chade, Camboja e Ruanda com crescimentos de 7,9%, 7,7% e 7,6%, respectivamente.


Este nível de crescimento anual do PIB excluiu países com menos de 10 milhões de habitantes, o Iraque e o Afeganistão por razões não especificadas pelo FMI.Países mais atractivos, no que tange a países mais atractivos de África, o FMI coloca Moçambique no grupo de “outras economias atractivas” logo a seguir ao grupo de “maiores países do continente” que são África do Sul e Nigéria, enquanto Angola, Sudão, Guiné Equatorial, Congo e Sudão são “países que apresentam problemas à criação de negócios”.Entretanto, na óptica do FMI, o Índice Empresarial expressa a facilidade de fazer negócios no país com base em critérios como competitividade, liberdade económica e corrupção.O crescimento do PIB refere-se, por seu turno, à previsão do PIB para o período de 2011 e 2016.


Fonte: RM

Ressano Garcia: intenso movimento fronteiriço começou esta quinta-feira

O movimento fronteiriço entre Moçambique e a África do Sul, em Ressano Garcia, vai conhecer alguma intensidade a partir de hoje, com a entrada de cerca de 30 autocarros da Vale Maseru, uma companhia sul-africana vocacionada ao transporte de passageiros, sobretudo mineiros, que regressam ao país para passarem as festas de Natal e Fim-de-Ano junto de suas famílias.Domingos Tivane, director geral das Alfandegas de Moçambique, num breve contacto com a imprensa em Ressano Garcia, disse que está tudo a postos para acolher o elevado número de turistas e imigrantes moçambicanos vindos das terras do rand.Este movimento que deverá conhecer o seu pico entre os dias 23 e 24 de Dezembro.As condições logísticas para que os moçambicanos que trabalham nas minas da Africa do Sul possam entrar para passarem as festas sem problemas já foram criadas, disse Tivane destacando que existem efectivos em número suficiente para satisfazer a demanda.“Tivemos antes um momento de preparação conjunta no sentido de trabalhamos com a nossa contraparte sul-africana para facilitar o movimento de pessoas e bens na fronteira”, assegurou.


Dados da Delegação do Ministério do Trabalho na Africa do Sul, indicam que mais de 13 mil trabalhadores moçambicanos nas minas da vizinha África do Sul poderão regressar ao país durante esta quadra festiva.Este número corresponde ao total dos que, até ao momento, já manifestaram vontade de regressar a Moçambique para a festa do Natal e de Fim-de-Ano.Segundo as estimativas da Delegação do Ministério do Trabalho este número poderá aumentar nas vésperas da quadra festiva.O regresso deste grupo ao país começa hoje nas áreas de maior aglomeração de mineiros, nomeadamente Klerksdorp, Carletonville, Rustenberg e Welkom. A segunda fase, ou seja de retorno à África do Sul, arranca no dia 1 de Janeiro de 2012, podendo terminar no Domingo, 8 de Janeiro.


Fonte: (RM/AIM)

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Jacob Zuma visita Moçambique


O PRESIDENTE da África do Sul, Jacob Zuma, efectua hoje e amanhã, uma visita de Estado à Moçambique, a convite do seu homólogo, Armando Guebuza.

A visita tem como objectivo o aprofundamento dos laços de amizade, solidariedade e cooperação existentes entre os dois povos e países. Durante a visita, as delegações dos dois países farão a avaliação das relações de cooperação existentes entre Moçambique e África do Sul, prevendo-se a assinatura de diversos acordos que estabelecem a Comissão Bi-Nacional de Cooperação, Consultas Diplomáticas Regulares entre os dois países, bem como memorandos e programas de cooperação nas áreas de ciência e tecnologia, florestas, telecomunicações e cultura.


Maputo, Terça-Feira, 13 de Dezembro de 2011: Notícias

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Conferência do clima tem avanço histórico

Países concordaram pela primeira vez em criar tratado que obrigue todas as nações a reduzir gases do efeito estufa. No entanto, ações reais só virão após 2020, o que não afasta risco de mudança climática dita 'perigosa' no planetaA COP-17, a conferência do clima de Durban, África do Sul terminou ontem lançando a base para um futuro acordo contra o aquecimento global que, pela primeira vez, envolverá metas obrigatórias para todos os países do mundo -mas só após 2020.É o maior avanço político na luta contra os gases-estufa desde a gênese do Protocolo de Kyoto, em 1995.Mas, até o fim desta década, nenhuma medida internacional efetiva contra o aquecimento global virá. Poluidores ficam livres para manter compromissos fracos que já haviam adotado na conferência de Copenhague, em 2009, e que põem o mundo no rumo de um aquecimento de até 4°C em 2100.


O texto de uma página e meia batizado de "Plataforma de Durban" e aprovado já na manhã de domingo estabelece um calendário para criar "um protocolo, outro instrumento legal ou um resultado acordado com força legal" em 2015, que possa entrar em vigor até 2020.Trata-se de algo inédito na Convenção do Clima da ONU, pois pela primeira vez os maiores poluidores do mundo, EUA e China, integrarão o mesmo acordo.Barreira quebradaNas palavras do negociador-chefe americano, Todd Stern, a Plataforma de Durban "desbasta a barreira que existia entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento" na convenção.Foi essa divisão que impediu que o Senado americano ratificasse Kyoto e que causou, em 2009, o impasse com a China que fez fracassar a conferência de Copenhague. A conferência também aprovou a prorrogação do acordo de Kyoto, mas sem três de seus principais membros: Rússia, Canadá e Japão.Por fim, foi lançado o chamado Fundo Verde do Clima, que tem a promessa de US$ 100 bilhões anuais a partir de 2020 para combater emissões e promover ações de adaptação à mudança climática nos países em desenvolvimento."As decisões que vocês tomaram aqui são verdadeiramente históricas", disse aos delegados a presidente da COP, a chanceler sul-africana Maite Mashabane.A madrugada de ontem em Durban testemunhou outros ineditismos: foi a COP mais longa da história, a primeira que terminou com seus principais atores (EUA, emergentes e União Europeia) tentando levar crédito pelo sucesso em vez de culpar uns aos outros pelo fracasso.Foi também a primeira conferência a ter suas decisões referendadas por negociadores reunidos numa "indaba", nome de uma assembleia tradicional africana em que chefes de vilas se juntam para resolver problemas.


O acordo, porém, vinha sendo gestado havia meses entre os países do grupo Basic (Brasil, China, Índia e África do Sul), a União Europeia e os Estados Unidos, e costurado durante vários dias em reuniões secretas no hotel Hilton, anexo ao ICC, o centro de convenções da COP.Nesses encontros, o Brasil desempenhou um papel importante de mediador, ajudando a encontrar a linguagem no texto que permitisse aos EUA aderirem a um acordo legalmente vinculante (como a União Europeia exigia) e ao mesmo tempo evitassem a rejeição do Senado.Na plenária final da COP, porém, o entendimento ameaçou ruir. A Índia exigiu que fosse acrescentada no texto uma opção de ação mais frouxa, de modo que ela não precisasse se comprometer com metas. Foi criticada por europeus e pelas nações-ilhas, que não só pediam um instrumento com força de lei mas também exigiam sua ratificação em 2018, não 2020.A salvação do processo foi um truque retórico inventado pelo negociador-chefe do Brasil, Luiz Figueiredo. "Temos de nos orgulhar", declarou Figueiredo a jornalistas. À ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, a presidente Dilma disse estar "satisfeita" com o resultado e a atuação brasileira.


Dica de consenso veio de brasileiroO embaixador brasileiro Luiz Alberto Figueiredo Machado pode desde ontem se gabar de ter feito o que nenhum ambientalista conseguiu fazer: salvar o planeta. Graças a uma manobra retórica dele, uma crise que se abriu na madrugada de ontem entre a União Europeia e a Índia e que quase pôs a COP-17 a pique foi sanada.Figueiredo foi quem sugeriu que o texto da chamada "Plataforma de Durban", que propõe o acordo climático futuro, contivesse a frase "resultado acordado com força de lei" entre as opções de formato legal do pacto.A ideia agradou às partes querelantes, a comissária europeia Connie Hedegaard e a ministra indiana Jayanthi Natarajan. A briga envolvia a expressão "resultado legal", considerada vaga. As duas chegaram a trocar bravatas.A presidente da COP, Maite Mashabane, pediu que se formasse uma "rodinha" de discussão sobre o texto. Entra o embaixador Figueiredo com "força legal".


(Por Claudio Angelo, Folha de S. Paulo, 12/12/2011)